O livro que mudou minha visão sobre culto

Depois da leitura de “O culto segundo Deus: A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje” nunca mais vou ler este livro profético como antes. A obra de Augustus Nicodemus destrincha como Malaquias admoestou o povo a retomar o culto a Deus da maneira que agradava ao Senhor. O livro, publicado pela Vida Nova, nada mais é que a compilação de estudos bíblicos sobre a profecia de Malaquias elaborados pelo escritor para o público jovem. A obra é fundamental para quem deseja entender os critérios do culto que agrada a Deus.

Nicodemus divide a obra em oito capítulos. Em todo o momento do autor expõe as perguntas cínicas feitas pelo povo de Deus que questionava o tempo inteiro o propósito de cultuar a Deus e servi-lo. No primeiro capítulo do livro, ele mostra como Deus prova o seu amor para com o seu povo que questionava se era amado ou não. Deus quebra os argumentos dos reclamadores mostrando que escolheu a descendência de Jacó e não de Esaú para ser sua propriedade exclusiva. Ele mostra seu amor afirmando que somos peregrinos e aguardamos nossa morada celestial, nossa verdadeira casa.

Saber que pertencemos a essa comunidade é uma evidência do amor de Deus, cuja maior expressão é Jesus Cristo, morrendo na cruz por nós para pagar por nossos pecados, a fim de que pudéssemos ativamente herdar a terra prometida, a Nova Jerusalém celestial, a glória eterna”, p. 26.

A primeira atitude que Deus espera de seus verdadeiros adoradores em seu culto é que eles não questionem o amor do Senhor pelo seu povo. Deus quer que os seus filhos o adorem por reconhecerem que são amados pelo Pai, sem nada em troca. O Pai ama seus filhos porque os escolheu sem que neles houvesse coisa boa. A nossa devoção e nosso culto a Deus não podem depender das circunstâncias.

Em segundo lugar, o autor do livro trabalha o fato de que Deus exige devoção verdadeira e sinceridade de coração em seu culto. Na época de Malaquias, o povo estava ofertando sacrifícios que desagradavam a Deus, levando animais fora dos padrões exigidos. O pior de tudo eram os profetas que não repreendiam o povo e sacrificavam mesmo assim os animais, mas Deus não recebia o sacrifício. “Deus tem zelo pelo seu nome, sua glória e sua reputação. Tudo isso estava sendo descartado pelos sacerdotes e essa era a queixa de Deus: ele não estava recebendo a honra e a glória que lhe eram devidas”, p. 35.

Conforme Nicodemus, há um problema gravíssimo na igreja de hoje. As pessoas querem cultuar a Deus de qualquer jeito, sem levar o culto a sério, como se fosse qualquer coisa. A grande questão é que é no culto onde se desemboca o que o povo pensa a respeito de Deus, o que a liderança pensa a respeito de quem é o Senhor, sendo este momento a expressão pública do que a igreja pensa sobre Deus. Podemos até querer adorar da maneira que bem entendemos, com coração bem intencionado, como fez o povo naquela época, que chegava a chorar sem saber o porquê de suas ofertas não estarem sendo aprazíveis, mas quem regulamenta o culto não é o nosso coração, mas Deus.

Há dois motivos pelos quais Deus não aceita o culto a ele oferecido: primeiro, quando não está dentro do padrão que ele estabeleceu e, segundo, quando está contaminado por uma atitude de desprezo, pouco caso ou indiferença. Quem pensa que esse princípio mudou no Novo Testamento está redondamente enganado”, p.41.

O que Deus queria era que seu povo o priorizasse, o amasse sobre todas as coisas e demonstrasse isso através do culto. Naquele momento, o ato de sacrificar qualquer tipo de animal, fora dos padrões, representava a quebra da Aliança e da Lei. Hoje em dia, há muitas pessoas que estão entediadas e oferecem o culto de qualquer maneira, inclusive pastores. Mas Deus afirma categoricamente que não recebe esse tipo de culto. Para Deus, é preferível a porta da igreja estar fechada (Malaquias 1:10).

A terceira situação que Augustus Nicodemus trata é que, além de Deus exigir que saibamos o quanto Ele nos ama e que o culto deve ser feito de maneira honrosa e com coração devoto, é necessário que a Palavra seja pregada de maneira fiel, algo que os sacerdotes não estavam fazendo. Aos sacerdotes não cabia apenas a função de levar as ofertas ao altar, mas ensinar o povo, única maneira de fazê-lo se desviar da iniquidade.

Deus é o mesmo em ambos os testamentos; o que acontece tão somente é que a mesma aliança foi administrada em duas dispensações diferentes. Deus é o mesmo e seu culto em essência também não é diferente”, p. 69. A centralidade da Palavra no culto é fundamental.

Mas, vem então a quarta lição sobre culto. Deus não recebe culto de quem tem vida pessoal imoral. Não adianta chorarmos ao Senhor no culto e na nossa vida íntima estarmos contaminados pelo pecado. Os homens na época de Malaquias estavam deixando suas mulheres e casando-se com mulheres que não faziam parte da aliança e adoravam outros deuses. Deus abomina o jugo desigual e não aceita culto de filhos rebeldes.

Existe uma relação estreita entre minha vida, a minha conduta moral e o culto que Deus aceita”, p. 81. A passagem de Malaquias 2. 10-16 é um claro chamamento ao arrependimento. Só com coração puro e longe do pecado é que o povo de Deus poderá cultuá-lo de maneira agradável.

Outro questionamento feito pelo povo a Deus era sobre o motivo de outros povos com culturas pagãs estarem aparentemente em melhores condições que o povo escolhido. Mas Deus responde que haverá um dia que ele julgará todo o mal e assim será vista a diferente entre quem serve a Deus e quem não serve. Temos que continuar cultuando a Deus na confiança de que um dia tudo será julgado e exposto às claras, quando será feita a distinção entre o povo amado e o povo sobre quem a ira de Deus permanece. Independente das circunstâncias, devemos confiar sem duvidar e permanecer cultuando a Deus.

Além disso tudo, Deus exige de seus filhos obediência. O povo pecava ao roubar nos dízimos e ofertas, essenciais para o sustento de viúvas, levitas, órfãos e uma parte para sacrifícios. Quando se desobedecia à ordem, gerava um caos social para o próprio povo. Precisamos considerar que devemos obediência ao Senhor em tudo, inclusive nas ofertas essenciais para o sustento hoje das obras do Senhor e também observando as necessidades do povo de Deus.

Por fim, cultuar a Deus exige temor. Precisamos adorá-lo e servi-lo tem todo o tempo, de todo o coração sem esperar nada em troca. Sabendo que seu amor por nós é medido pelo livramento que nos dará, pois já nos separou para vivermos na eternidade com ele.

Confesso que depois da leitura do livro estou com uma visão mais clara a respeito do culto. Embora sabendo algumas regras, conhecer melhor à luz do Antigo Testamento o culto aprazível a Deus é indispensável para entendermos o que podemos fazer ou não no culto hoje. O livro é muito claro, com expressões acessíveis a todos os públicos e de fácil entendimento. Através do livro, pude entender, depois de 30 anos de igreja, qual de fato é a essência do culto público a Deus.

O que disseram:

Recomendo esta obra a todos aqueles que almejam celebrar a glória do Deus trino em lealdade às Escrituras Sagradas. O leitor descobrirá que, a tratar do culto público que agrada a Deus, Augustus Nicodemus faz com que o profeta Malaquias se torne nosso contemporâneo”, Franklin Ferreira, consultor acadêmico da Vida Nova e diretor do Seminário Martin Bucer.

O livro do Dr. Augustus Nicodemus tem muito a contribuir para o entendimento do culto segundo as Escrituras Sagradas. A partir de uma leitura contextualizada do livro de Malaquias, o Rev. Augustus aborda um assunto muito necessário nos dias atuais, a respeito do qual há grande confusão. O livro descreve de forma simples e profunda os ensinamentos sobre o culto que Deus requer de nós, trazendo relevante contribuição para o tema, não só da perspectiva teórica, mas também prática. Recomendo enfaticamente”, Leandro Lima, pastor titular da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, professor de teologia, mestre em Ciências da Religião e Teologia Histórica, doutor em Literatura.

Ficha técnica
Obra: O culto segundo Deus: A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje
Autor: Augustus Nicodemus
Editora: Vida Nova
Páginas: 156
Ano: 2012
Preço na editora: R$ 34,90

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