Nicodemus
divide a obra em oito capítulos. Em todo o momento do autor expõe
as perguntas cínicas feitas pelo povo de Deus que questionava o
tempo inteiro o propósito de cultuar a Deus e servi-lo. No primeiro
capítulo do livro, ele mostra como Deus prova o seu amor para com o
seu povo que questionava se era amado ou não. Deus quebra os
argumentos dos reclamadores mostrando que escolheu a descendência de
Jacó e não de Esaú para ser sua propriedade exclusiva. Ele mostra
seu amor afirmando que somos peregrinos e aguardamos nossa morada
celestial, nossa verdadeira casa.
“Saber
que pertencemos a essa comunidade é uma evidência do amor de Deus,
cuja maior expressão é Jesus Cristo, morrendo na cruz por nós para
pagar por nossos pecados, a fim de que pudéssemos ativamente herdar
a terra prometida, a Nova Jerusalém celestial, a glória eterna”,
p. 26.
A
primeira atitude que Deus espera de seus verdadeiros adoradores em
seu culto é que eles não questionem o amor do Senhor pelo seu povo.
Deus quer que os seus filhos o adorem por reconhecerem que são
amados pelo Pai, sem nada em troca. O Pai ama seus filhos porque os
escolheu sem que neles houvesse coisa boa. A nossa devoção e nosso
culto a Deus não podem depender das circunstâncias.
Em
segundo lugar, o autor do livro trabalha o fato de que Deus exige
devoção verdadeira e sinceridade de coração em seu culto.
Na época de Malaquias, o povo estava ofertando sacrifícios que
desagradavam a Deus, levando animais fora dos padrões exigidos. O
pior de tudo eram os profetas que não repreendiam o povo e
sacrificavam mesmo assim os animais, mas Deus não recebia o
sacrifício. “Deus tem zelo pelo seu nome, sua glória e sua
reputação. Tudo isso estava sendo descartado pelos sacerdotes e
essa era a queixa de Deus: ele não estava recebendo a honra e a
glória que lhe eram devidas”, p. 35.
Conforme
Nicodemus, há um problema gravíssimo na igreja de hoje. As pessoas
querem cultuar a Deus de qualquer jeito, sem levar o culto a sério,
como se fosse qualquer coisa. A grande questão é que é no culto
onde se desemboca o que o povo pensa a respeito de Deus, o que a
liderança pensa a respeito de quem é o Senhor, sendo este momento a
expressão pública do que a igreja pensa sobre Deus. Podemos até
querer adorar da maneira que bem entendemos, com coração bem
intencionado, como fez o povo naquela época, que chegava a chorar
sem saber o porquê de suas ofertas não estarem sendo aprazíveis,
mas quem regulamenta o culto não é o nosso coração, mas Deus.
“Há
dois motivos pelos quais Deus não aceita o culto a ele oferecido:
primeiro, quando não está dentro do padrão que ele estabeleceu e,
segundo, quando está contaminado por uma atitude de desprezo, pouco
caso ou indiferença. Quem pensa que esse princípio mudou no Novo
Testamento está redondamente enganado”, p.41.
O
que Deus queria era que seu povo o priorizasse, o amasse sobre todas
as coisas e demonstrasse isso através do culto. Naquele momento,
o ato de sacrificar qualquer tipo de animal, fora dos padrões,
representava a quebra da Aliança e da Lei. Hoje em dia, há muitas
pessoas que estão entediadas e oferecem o culto de qualquer maneira,
inclusive pastores. Mas Deus afirma categoricamente que não recebe
esse tipo de culto. Para Deus, é preferível a porta da igreja estar
fechada (Malaquias 1:10).
A
terceira situação que Augustus Nicodemus trata é que, além de
Deus exigir que saibamos o quanto Ele nos ama e que o culto deve ser
feito de maneira honrosa e com coração devoto, é necessário
que a Palavra seja pregada de maneira fiel, algo que os
sacerdotes não estavam fazendo. Aos sacerdotes não cabia apenas a
função de levar as ofertas ao altar, mas ensinar o povo, única
maneira de fazê-lo se desviar da iniquidade.
“Deus
é o mesmo em ambos os testamentos; o que acontece tão somente é
que a mesma aliança foi administrada em duas dispensações
diferentes. Deus é o mesmo e seu culto em essência também não é
diferente”, p. 69. A centralidade da Palavra no culto é
fundamental.
Mas,
vem então a quarta lição sobre culto. Deus não recebe culto de
quem tem vida pessoal imoral. Não adianta
chorarmos ao Senhor no culto e na nossa vida íntima estarmos
contaminados pelo pecado. Os homens na época de Malaquias estavam
deixando suas mulheres e casando-se com mulheres que não faziam
parte da aliança e adoravam outros deuses. Deus abomina o jugo
desigual e não aceita culto de filhos rebeldes.
“Existe
uma relação estreita entre minha vida, a minha conduta moral e o
culto que Deus aceita”, p. 81. A passagem de Malaquias 2. 10-16 é
um claro chamamento ao arrependimento. Só com coração puro e longe
do pecado é que o povo de Deus poderá cultuá-lo de maneira
agradável.
Outro
questionamento feito pelo povo a Deus era sobre o motivo de outros
povos com culturas pagãs estarem aparentemente em melhores condições
que o povo escolhido. Mas Deus responde que haverá um dia que ele
julgará todo o mal e assim será vista a diferente entre quem serve
a Deus e quem não serve. Temos que continuar cultuando a Deus na
confiança de que um dia tudo será julgado e exposto às claras,
quando será feita a distinção entre o povo amado e o povo sobre
quem a ira de Deus permanece. Independente das circunstâncias,
devemos confiar sem duvidar e permanecer cultuando a Deus.
Além
disso tudo, Deus exige de seus filhos obediência. O povo
pecava ao roubar nos dízimos e ofertas, essenciais para o sustento
de viúvas, levitas, órfãos e uma parte para sacrifícios. Quando
se desobedecia à ordem, gerava um caos social para o próprio povo.
Precisamos considerar que devemos obediência ao Senhor em tudo,
inclusive nas ofertas essenciais para o sustento hoje das obras do
Senhor e também observando as necessidades do povo de Deus.
Por
fim, cultuar a Deus exige temor. Precisamos adorá-lo e
servi-lo tem todo o tempo, de todo o coração sem esperar nada em
troca. Sabendo que seu amor por nós é medido pelo livramento que
nos dará, pois já nos separou para vivermos na eternidade com ele.
Confesso
que depois da leitura do livro estou com uma visão mais clara a
respeito do culto. Embora sabendo algumas regras, conhecer melhor à
luz do Antigo Testamento o culto aprazível a Deus é indispensável
para entendermos o que podemos fazer ou não no culto hoje. O livro é
muito claro, com expressões acessíveis a todos os públicos e de
fácil entendimento. Através do livro, pude entender, depois de 30
anos de igreja, qual de fato é a essência do culto público a Deus.
O
que disseram:
“Recomendo
esta obra a todos aqueles que almejam celebrar a glória do Deus
trino em lealdade às Escrituras Sagradas. O leitor descobrirá que,
a tratar do culto público que agrada a Deus, Augustus Nicodemus faz
com que o profeta Malaquias se torne nosso contemporâneo”,
Franklin Ferreira, consultor acadêmico da Vida Nova e diretor do
Seminário Martin Bucer.
“O
livro do Dr. Augustus Nicodemus tem muito a contribuir para o
entendimento do culto segundo as Escrituras Sagradas. A partir de uma
leitura contextualizada do livro de Malaquias, o Rev. Augustus aborda
um assunto muito necessário nos dias atuais, a respeito do qual há
grande confusão. O livro descreve de forma simples e profunda os
ensinamentos sobre o culto que Deus requer de nós, trazendo
relevante contribuição para o tema, não só da perspectiva
teórica, mas também prática. Recomendo enfaticamente”, Leandro
Lima, pastor titular da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro,
professor de teologia, mestre em Ciências da Religião e Teologia
Histórica, doutor em Literatura.
Ficha
técnica
Obra:
O culto segundo Deus: A mensagem de Malaquias para a igreja de hoje
Autor:
Augustus Nicodemus
Editora:
Vida Nova
Páginas:
156
Ano:
2012
Preço
na editora: R$ 34,90
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